Fotos por Julio Cesar

terça-feira, 18 de maio de 2010

Imaginação - Escafandro e a Borboleta

Escafandro e a Borboleta


Muito se fala sobre a imaginação, o mundo das idéias. O imaginário, os sonhos. Mas, não temos a real noção do poder libertador dessa condição fisiológica, inerente da vontade própria e intrinseca em todo ser humano saudavel. Mesmo atento ao fato de que fazemos o uso dessa propriedade constantemente, invariavelmente, seja em questões positivas, ou questões negativas.
A pouco tempo assiti a um filme, desses que o título não chama a atenção de um cinéfilo hollywoodiano. Tão pouco a imagem promocional, seja na porta do cinema ou capa de DVD.
Ao depositar o pequeno disco plástico dentro do aparelho não imaginava que iria assistir a um exemplo de vida inimaginável. de força e superação impar. O depoimento de vida, como que narrado em primeira pessoa, traduz de forma eloquente o poder do pensamento...e não, não se trata de um fato paranormal.
Trata-se da verídica história de Jean-Dominique Bauby, editor da revista Elle, que em 1995 sofreu um derrame e ficou paralisado, com apenas a habilidade de mover seu olho esquerdo.
Apenas piscando, Jean-Do é capaz de contar o drama de viver isolado dentro de seu próprio corpo e as viagens que ele é capaz de criar com sua imaginação. Uma produção aclamada por público e crítica que não deve ser perdida, “O Escafandro e a Borboleta” é possivelmente o mais belo drama criado pelo cinema em 2007.
Ainda que seja um drama, triste sim...que confome decorrem as cenas (eu assisiti solitariamente para penetrar maximo possível no filme) a sensibilidade anexa a energia diante da deficiencia e transporta-nos para uma condição de benção (ou sorte, para os Céticos) divina pelo nosso 'perfeito' estado. Em quanto preupações futeis são banais diante de um vida tão frágil quanto um fio de algodão.
Vou transcrever aqui uma analise feita por Marta Fernandes em:

http://vertentes.realbb.net/literatura-leitura-f1/o-escafandro-e-a-borboleta-jean-dominique-bauby-t1186.htm

e farei uso desse artífice por dois motivos, primeiro pelo fato de decorrerem alguns meses desde que assiti ao filme, segundo devido ao curto tempo de que disponho no momento.

Observação, a analise é sobre o livro que deu origem ao filme.

Segue:

Assunto: "O Escafandro e a Borboleta" é uma história verídica onde Jean-Dominique Bauby um homem com dois filhos e redactor-chefe da revista francesa Elle sofreu um acidente vascular cerebral que o deixou com locked-in-syndrome, uma doença rara. Esta doença fez com que Jean-Dominique ficasse completamente paralisado à excepção do olho esquerdo e que apenas podesse comer e respirar por meios artificiais. Intelectualmente estava completamente lúcido, ouvia tudo e pensava em quase tudo. Foi com o seu olho esquerdo que conseguiu concretizar o seu sonho. Escrever um livro. Aprendeu a comunicar com a sua terapeuta piscando uma vez para dizer "não" e duas para dizer "sim" e foi assim que escreveu este livro.
Durante a noite, construía parágrafos da sua história e decorava-os para que no dia seguinte os conseguisse transmitir à sua terapeuta, que ía dizendo cada letra do alfabeto e quando chegasse a letra desejada por Jean-Dominique ele piscava o olho, formando assim palavras, frases, o livro todo. Ele conta todas as sensações que uma pessoa fechada dentro do seu próprio corpo pode sentir e como gostava de correr pela areia com os seus filhos quando estes o levavam a passear na cadeira de rodas à praia. Conta também histórias que viveu e momentos que lhe marcaram muito na sua vida e consegue assim dar asas à sua imaginação e memórias pois foram as unicas coisas a que realmente teve a sorte de não perder.


3.3.Citações favoritas


"Na minha cabeça, mastigo dez vezes cada frase, corto uma palavra, acrescento um adjectivo, e decoro o meu texto, parágrafo a parágrafo."

"É possível construir castelos no ar, conquistar o Tosão de Ouro, descobrir a Atlântida, realizar os sonhos de criança e os sonhos de adulto."

3.4.Opinião sobre o livro: Gostei muito de ter lido o livro. Por ser uma história verídica gostei ainda mais, pois nunca me pareceu possivel que tal coisa podesse acontecer. Fiquei realmente espantada com o facto de este homem ter tido tanta força de vontade para concretizar o seu sonho. Escrever um livro mesmo com o problema que tinha.
A logopeda fazia uso da tabela de caracteres selecionados na ordem da maior frequencia de incerção no idioma. Enquanto soletra, o paciente pisca o olho para 'dizer' que é essa a letra escolhida. Nota de Julio Cesar
Admirei a enorme paciência da sua terapeuta por ter passado tanto tempo a decifrar o que ele lhe queria comunicar. É de facto um livro que recomendo pois é extremamente difícil perceber o quanto difícil é sentir-se preso dentro do seu próprio corpo, e este livro explica exactamente as sensações e emoções que invadem a alma que uma pessoa com locked-in syndrome.

Curiosidade:
Mesmo depois de ter comprado o livro nunca cheguei a perceber o significado do seu nome, "O escafandro e a borboleta", após ter feito uma pesquisa descobri que "escafandro" é um fato impermeável e fechado utilizado pelos mergulhadores para permanecerem muito tempo dentro de água. Jean-Dominique ao estar aprisionado no seu próprio corpo sentia-se como se estivesse a mergulhar utilizando um escafandro. O significado de borboleta neste título vem do facto do seu pensamento e da sua imaginação poder ser livre e vaguear como uma borboleta.


Livro:

Titulo: O escafandro e a borboleta
Autora: Jean-Dominique Bauby
Editora: Livros do Brasil
Data da Edição: 2007


O filme:

Direção: Julian Schnabel

Roteiro: Ronald Harwood

Elenco: Mathieu Amalric (Jean-Dominique Bauby), Emmanuelle Seigner (Céline Desmoulins), Marie-Josée Croze (Henriette Durand), Anne Consigny (Claude), Patrick Chesnais (Dr. Lepage), Jean-Pierre Cassel (Père Lucien/Vendeur Lourdes), Marina Hands (Joséphine), Max Von Sydow (Papinou), Isaach De Bankolé (Laurent), Emma de Caunes (Imperatriz Eugénie), Lenny Kravitz (Ele mesmo), Michael Wincott (Ele mesmo)

11 comentários:

  1. Oi Júlio Mendes, passei para ver as novidades e deparei-me com esta obra cinematográfica tão triste.Diferente de vc penso que a borboleta é a terapeuta que cuida tão dedicadamente dele. Ela é livre.Vai viver sua vida, e volta,cada dia, para cuidar dele.Esse ir-e-vir parece um voar, pelo menos para mim parece.Desconhecia o fato de ser uma obra baseada em fato verídico.Gostei de sua postagem.Parabéns.Até um dia.

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  2. ...às vezes passo algum tempo
    observando o meu marido e suas
    dificuldades em consequência
    de uma Isquemia Cerebral, suas
    limitações para se locomover,
    seus exercícios descomunais para
    trazer à tona um raciocíneo lógico,
    sua capacidade de conviver com tantas
    sequelas, e mesmo assim não esboçar
    nenhum tipo de revolta, e então vejo
    quão fortes somos quando queremos
    atingir alvos e sonhos.

    Jean-Dominique é um exemplo de
    superação dígno de estar em
    livros e filmes, porque nos
    ajuda a acreditar, perseverar,
    e nunca em tempo algum desistir
    do que se busca, mesmo em meio
    aos maiores desafios.

    belíssimo post, querido!

    bjbj

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  3. Meu ex-marido sofreu um acidente de moto e perdeu os movimentos do braço direito, por lesão de plexo braquial, e foi obrigado a conviver com dores constantes, sem ter remédio que alivie...Tentei ao extremo que ele descobrisse e se redescobrisse buscando outras atividades, ou mesmo um serviço voluntário, sem exito. Tem pessoas e pessoas. Ele não conseguiu superar as dores da carne, se entregou à deficiência vitimizando-se, mesmo tendo um potencial enorme, não soube aproveitar. Então qd vejo essas pessoas se auto superarem me fascinam na alma.
    Ele deve ser feliz de receber energia boa de uma pessoa-poeta como vc, com certeza isso lhe chega ao coração em forma de bem estar e alegrias...
    Bj in pra ti, e otima noite...

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  4. Oi Julinho,
    olha eu aqui, menino, adorei esse canto,como eu nao vi isso antes? rsrs
    Olha, tb sou uma cinéfila hollywoodiana rs,todo fds vou ao cinema pelo menos 2 vezes com meu namorado, achei interessante a historia desse filme e fiquei curiosa pra assistir,sonfesso,vou procurar.
    Domingo nós assistimos o filme do woody allen''TUDO PODE DAR CERTO'' vc ja assistiu?
    Ele é curtinho mas com uma historia mt interessante,achei legal.
    amoreee...um otimo dia pra vc, que Deus te ilumine \bjks
    Dri

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  5. Oi Dri...rapidinho...não assiti não...e também vou procurar!rs...tem um rapaz na minha sala que baixa da rede, vou ver se consegue este. valeu pela dica!
    bjs
    Depois volto com mais calma.
    Preciso conferir o blog do Olavo e o seu texto, claro.

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  6. Oi Lilian...obrigado por estar aqui 'conosco'.
    Legal que acho interessante...na verdade é o primeiro post que o Iris publica sobre cinema.
    No entanto, achei hiper pertinente. Tudo a ver.
    Sobre sua observação...interessante esse ponto de vista...valido com certeza.
    O que transcrevi, da Marta Fernandes, refere-se sim ao que o próprio autor se identifica...como no escafandro e como a borboleta...
    Em nada interfere a sua observação, que também é interessante, volto a afirmar.
    Mas...interessante mesmo, chocante...espantoso é a capacidade de superação e determinação...dele, quase na totalidade, mas também da logopeda, em manter-se ao lado dele nesse arduoso trabalho, para ambos.
    No caso do Jean, incrível sua capacidade de memória operacional, em que pensa o pensamento, metacognição! Para nós, as vezes já é dificil manter a linha de raciocinio, escrevendo em papel e caneta...ele...pensando, palavra a palavra...e mantendo a frase construida, na 'memoria ram' dele.
    incrível.
    bjim

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  7. Oi Sylvia, tudo bem? obrigado por mais essa participação.
    Puxa...que caso, heim!
    Sabe...achamos fascinante esse modelo de superação...mas... é exatamente isso que fazem dessas pessoas pessoas especiais...porque não é facil, não?
    Torçamos então...para que 'ele' possa mudar...tudo é possível...
    preciso é acreditar.
    bjs

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  8. Vivian...primeiro obrigado meeeeeeesmo por parabenizar-me e pelo comentário.
    segundo...puxa...como disse para a lilian aí acima...o superação estende-se também para os cuidadores, parentes, amigos..e quem quer que seja que esteja engajado.
    No seu caso...esposa...parabens. Já vi muitas que findaram...ou melhor, abandonaram.
    Lindo...pelo que escreves. Tua forma de viver sob essa situação.
    Acho que podes escrever um livro, se não o fez...porque não lhe falta é competencia para isso.
    bjs
    obrigado mesmo.

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  9. Ahhh eu gostei muito do livro e mais tarde assisti também o filme.
    O nome sempre me disse muito e foi o que me chamou a atenção. Ele encerrado dentro dele mesmo. O espirito e mente livres como a borboleta encerrados num corpo escafrandro. Essa associação me pareceu perfeita mesmo.
    Eu recomendo pra todo mundo também.
    Obrigada pelo comentário lá no Scene, apareça sempre.
    bjos

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  10. Oiee Júlio!!
    Adorei seu comentário sobre o filme, o livro ainda não tive oportunidade de ler, o q realmente gosto muito tbém...tbém a principio fiquei intrigada com o titulo do filme e vou dizer valeu a pena cada segundo na frente da tv assistindo este filme maravilhoso!
    Td de bom pra ti.
    Bjs♥

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